Antônio Carlos Sobral Sousa*
A segunda onda da Covid-19
continua atormentando a rotina da maioria dos hospitais, que tiveram que se
estruturar para atender à demanda crescente de pacientes graves. O receio de
contrair a doença, aliada à inexistência de tratamento específico, tem levado à
procura de medicamentos ou suplementos que aumentem a imunidade.
Um dos produtos mais propagados em mídias sociais, na atualidade,
é a Vitamina D, cujo fascínio pelo uso, com a pretensa esperança de proteção
contra infecção respiratória, já ocorre há quase cem anos. Tem sido postulado
que os níveis séricos ideais de 25-hidroxivitamina D podem conferir
propriedades imunomoduladores e anti-inflamatórios e, possivelmente, beneficiar
os infectados pelo novo coronavírus.
Esta suposição é verdadeira? Enquanto existem evidências de
benefícios da função da Vitamina D, no sistema esquelético, a ação protetora no
trato respiratório continua controversa.
Estudo recentemente publicado na conceituada revista científica
JAMA, demonstrou em 4.368 voluntários com níveis baixos de Vitamina D (<
40mg/dL), que a suplementação não protege contra a virose, sugerindo, todavia,
que pode prevenir formas mais graves da doença.
Por outro lado, foi publicado, no mesmo periódico, um estudo
brasileiro e, também, não evidenciou benefícios na utilização de superdosagem
da referida vitamina, no tratamento de pacientes internados, com formas
moderadas e graves da Covid-19.
Dessa forma, é manter o nível sanguíneo de Vitamina D acima de
30mg/dL, ingerindo, adequadamente, carnes, leguminosas, leite e derivados
e frutos do mar e procurar manter exposição solar periódica. Por outro lado, a
suplementação quando indicada deve ter orientação médica.
* Professor Titular da UFS e Membro das Academias Sergipanas de Medicina, de Letras e de Educação.
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