Antônio Carlos Sobral Sousa*
Teve
início o maior evento esportivo do planeta, os Jogos Olímpicos, cuja origem
remonta a antiga Hélade, em 776 a.C. Após séculos de esquecimento, as
Olimpíadas voltaram a acontecer, em sua versão moderna, em 1896, na cidade de
Atenas, por ação do francês, Barão de Coubertin. Segundo o seu idealizador, o
conclave serviria para promover a paz entre as nações.
Os
Estados Unidos lideram o ranking com 2.522 medalhas, enquanto o Brasil ocupa a
36ª posição, refletindo, seguramente, a falta de incentivos à prática
desportiva, exceto o futebol. Enquanto os nossos atletas se esmeram para, no
outro lado do mundo, melhorar a nossa classificação olímpica, por aqui, o
Brasil já alcançou o desconfortável 2º lugar de mortalidade global causada pela
Covid-19.
Já
foi superada a constrangedora marca dos 550.000 óbitos, índice conseguido, até
então, apenas pelos estadunidenses, nesta iníqua Olimpíada promovida pelo
SARS-Cov-2. A adoção, por parte do novo mandatário americano, de uma política
de enfrentamento da virose, embasada na Ciência, que prioriza vacinação em
massa da população, tem proporcionado, além da redução drástica do número de
infectados e de casos fatais, o retorno ao convívio comunitário de várias
localidades.
Em
contraste, o nosso País contabiliza um número elevado de vidas perdidas,
frequentemente de jovens, para o pedágio desta nefasta virose. Reflexo da
vacinação completa ainda incipiente, incentivada pela política negacionista e
do evidente desleixo das medidas de proteção.
Ressalte-se,
também, que a virulenta variante Delta, já começa a pontificar em várias
localidades. Não nos valeu, por certo, a experiência imposta por este impiedoso
inimigo invisível que continua sendo, visivelmente, desrespeitado por muitos,
Brasil afora. Os olhos da imaginação contemplam, fielmente, o quadro em que se
debuxam, indeléveis, os lances da luta extenua empreendida pelos destemidos
profissionais de saúde.
Espera-se
que este prélio sirva de inspiração para que a energia gasta na conturbada
disputa política que se avizinha, seja canalizada para salvar vidas e não para
angariar votos. Caso contrário, subiremos, em breve, ao ponto mais alto do
pódio de vítimas da Covid-19.
* Antônio Carlos Sobral Sousa Professor Titular da UFS e Membro das Academias Sergipanas de Medicina, de Letras e de Educação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário