Antônio Carlos Sobral Sousa*
Vivemos uma pandemia de obesidade e a alimentação adequada
constitui um dos pilares de saúde pública. O consumo regular de carboidratos,
oriundos de grãos integrais, vegetais e frutas in natura, além da substituição
de gordura saturada por insaturada, tem se associado a um menor risco de
doenças cardiovasculares.
Na maioria das pessoas, o carboidrato é a principal fonte
calórica, fornecendo 50% ou mais de energia diária, com menor participação de
gorduras e proteínas. As dietas com baixo teor de carboidratos (< 26%)
conhecidas como low carb, tornaram-se
uma estratégia popular para redução de peso, todavia, a longo prazo, o seu real
benefício para a saúde daqueles que a praticam tem sido controverso.
O que traria mais benefício para a saúde, a quantidade ou a
qualidade dos macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) da dieta?
Para responder a este intrigante questionamento, foi conduzido um estudo de
coorte prospectivo, envolvendo 37.233 voluntários, com idade média de 49,7
anos, por um período de 15 anos e publicado no prestigiado periódico JAMA Internal Medicine.
Por meio de recordatórios alimentares de 24h, as dietas pobres em
carboidratos foram pontuadas em saudáveis e não saudáveis, de acordo com as
referidas composições. Os autores concluíram que a redução de mortalidade,
proporcionada pela dieta low carb,
associa-se ao aumento do escore de componentes saudáveis.
Portanto, os achados do referido estudo demonstram, claramente,
que a saúde é influenciada pela qualidade e não pela quantidade de
macronutrientes. Concluindo, não existe fórmula mágica para o emagrecimento.
Mais importante do que o tipo de dieta a ser seguida, é a escolha da qualidade
e das fontes de alimentos.
* Professor Titular da Universidade Federal de Sergipe e Membro das Academias Sergipanas de Medicina, de Letras e de Educação.
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