Antônio Carlos Sobral Sousa*
Este adágio popular sinaliza que algo suspeito está acontecendo.
Consultando o dicionário de expressões coloquiais “Cada Caso é um Caso”, da
estimada confreira da Academia Sergipana de Letras, Luzia Maria da Costa Nascimento,
constato que esta frase foi atribuída ao imperador romano Nero, após fazer
arder Roma.
Estamos vivenciando mais uma onda da Covid-19, agora patrocinada
pela variante Ômicron do SARS-Cov-2. A
referida cepa, apesar de maior grau de transmissibilidade, tem se mostrado
menos virulenta do que as suas antecessoras, refletindo, provavelmente, a imunidade
populacional adquirida mediante a vacinação ou a infecções prévias.
Os sintomas da doença se iniciam 2 a 14 (média 5-6) dias após a
exposição. A maioria das pessoas acometidas têm apresentado sintomas leves, não
requerendo internação hospitalar. Todavia, os idosos, aqueles não imunizados ou
com o esquema vacinal incompleto, os portadores de comorbidades e os
imunossuprimidos, podem evoluir para doença grave.
Existem, ainda, os assintomáticos que contribuem
significativamente para a disseminação da virose. A imunidade humoral diminui
após a vacinação inicial, porém a dose de reforço tem reduzido,
substancialmente, a chance de resultados adversos. Dados recentes, na vigência
da referida cepa, sinalizam que as três doses de vacina reduzem o risco de
contrair a doença em 50%, de ser hospitalizado em 90% e, de morrer em 95%.
Como o novo coronavírus é um patógeno das vias respiratórias, os
sintomas mais relatados, têm sido: coriza, congestão nasal, dor na garganta,
rouquidão, tosse, diminuição ou perda do olfato, fraqueza muscular, febre,
calafrios e cefaleia. Menos frequentemente, pode ocorrer: diarreia, mialgia rash
cutâneo e olhos irritados.
Lembrar que, a ocorrência de dificuldade de respirar, dor torácica
persistente, confusão mental, perda da fala ou da mobilidade e cianose
(extremidades e/ou lábios arroxeados), sinalizam para a forma severa da virose,
devendo o paciente ser, prontamente, conduzido para um serviço de urgência.
Assim, diante da presença dos chamados sintomas gripais, devemos
pensar na possibilidade de Covid-19 e proceder, imediatamente, o isolamento e a
realização de exame laboratorial diagnóstico, mediante coleta nasal ou oral por
swab (espécie de cotonete), do RT-PCR ou do teste de antígeno para o
SARS-Cov-2, este último encontra-se disponível, também, em farmácias.
Em breve, estarão no mercado os autotestes, com metodologia
semelhante ao do antígeno, com a facilidade de poder ser feito pelo próprio
paciente. Portanto, onde tem fumaça, pode ter até incêndio!
* Professor Titular da UFS e Membro das Academias Sergipanas de Medicina, de Letras e de Educação.
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