quarta-feira, 12 de agosto de 2020

PROGNÓSTICO DA COVID-19

 



 

 

Antônio Carlos Sobral Sousa*

 

 

Ainda não conseguimos superar a devastadora “onda” da Covid-19, causada pelo contagioso vírus SARS-CoV-2, que tem sobrecarregado os sistemas de saúde, estrangulado a economia e ceifado, impiedosamente, vidas. Os reconhecidos esforços, desprendidos pelas sociedades médicas e científicas, esbarram na ausência de medicamentos específicos, nas desinformações promovidas pelas Fakes Coronavírus e, na indisponibilidade, ainda, da almejada vacina.

Na esteira dessa pandemia, têm-se constatado que, certas comorbidades tornam os seus portadores mais vulneráveis a desfechos desfavoráveis. Este grupo de risco é constituído pelos idosos, os obesos e àqueles portadores de hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, doença pulmonar obstrutiva crônica, câncer e insuficiência renal.

Até o momento, não se conhece, totalmente, os mecanismos do aumento de risco na referida população. Todavia, observações procedentes de Wuhan, China, onde tudo começou, dão conta de que a letalidade da Covid-19 (total de mortes, dividido pelo total de positivos) entre aqueles com doenças subjacentes foi de 10,5%, comparativamente a 2,3% dos não pertencentes ao chamado grupo de risco. Ao que parece, idosos e pessoas com as referidas condições médicas, são mais suscetíveis às complicações relacionadas à infecção, por causa de deficiência do sistema imunológico e por apresentarem maior propensão a desenvolver infecções bacterianas secundárias. Acredita-se, também, que tanto a infecção viral, como as patologias do grupo de risco compartilham mecanismos fisiopatológicos, responsáveis por favorecerem o aparecimento das complicações.

Portanto, nesta fase em que várias cidades já começam a adotar a flexibilização do isolamento, clamada pela queda econômica, os que compõem o grupo de risco só devem abandonar as suas trincheiras para atividades essenciais. Devem, ainda, não se descuidar das vacinações recomendadas, do uso das suas medicações habituais e das medidas essenciais de prevenção: alimentação e hidratação adequadas; pratica de exercícios físicos regulares, mesmo em casa; uso de máscaras para eventuais deslocamentos e, fazer higiene, sobretudo, das mãos. Vale ressaltar, ainda, que se apresentar queixas cardiovasculares, procurar a segurança do atendimento médico.

 

 

* Professor Titular da Universidade Federal de Sergipe e Membro das Academias Sergipanas de Medicina, de Letras e de Educação.

                          


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