Antônio
Carlos Sobral Sousa*
Recordo
do meu orgulho, em 1976, ao transpor os umbrais da Faculdade de Medicina da
Universidade Federal de Sergipe (UFS), na aurora de uma nova vida, sob as auras
da crença e o eflúvio das puras esperanças, seguindo a trilha de gerações que
vêm consagrando a perpetuidade da nossa cultura na formação dos hodiernos
discípulos de Hipócrates.
Orgulho
ainda maior eu senti, quando passei a integrar o corpo docente da referida
Universidade, tanto no Departamento de Medicina, como no prestigiado Programa
de Pós-graduação em Ciências da Saúde. Vale ressaltar que, uma das tarefas mais
gratificantes do professor universitário, é a de também contribuir para a
formação de mão de obra que possa dar continuidade à missão de ensinar a
futuras gerações, a arte de ser guardião do bem mais precioso da humanidade: a
vida.
A
UFS mais uma vez volta a ser motivo de orgulho, não somente para mim, como para
todos os sergipanos, ao ser destacada, nacionalmente, pelas relevantes
atividades científicas e de ensino. Segundo o World University Rankings 2022,
publicado pela revista inglesa Times Higher Education (THE), a UFS foi
classificada entre as três melhores do Brasil, ao lado das Universidades
Federais de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, ficando atrás apenas da
Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP).
Na
referida classificação, a UFS se destaca como a melhor universidade do Nordeste
e, globalmente, entre as 1.662 instituições escrutinadas, de 99 países, se
encontra na faixa que vai de 601 a 800, entre as mais conceituadas
universidades do mundo. A Universidade de Oxford, na Inglaterra, ocupa o topo
da lista, pelo sexto ano consecutivo.
O
ranking é baseado em 13 indicadores que mensuram o desempenho das entidades
referentes a quatro esferas: ensino, pesquisa, citações científicas e
reconhecimento internacional. Segundo relato do Prof. Lucindo Quintas, docente
do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da UFS, o elemento
que mais impactou na avaliação da UFS foi o critério “citações científicas”,
demonstração inequívoca da qualidade de nossas pesquisas e do amadurecimento
dos nossos pesquisadores.
As
citações refletem aspectos cognitivos ou epistemológicos e sociais da prática
acadêmica que tem como produto primário textos que citam outros textos. Este
caráter recursivo das operações que envolvem as citações faz com que seja
constituída uma rede de difusão de pesquisas e, consequentemente, dos seus
locais de produção. É importante frisar que essa rede de citações possui certa arquitetura,
capaz de revelar alguns padrões e características de um determinado grupo de
pesquisa.
Na
esteira desta interlocução, vale ressaltar a valiosa e intensa produção
científica dos pesquisadores da UFS, notadamente os pertencentes ao PPGCS por
ocasião da pandemia da Covid-19. A despeito dos baixos investimentos e de
condições muitas vezes desfavoráveis, as produções oriundas do referido grupo
de cientistas têm contribuído para o enfrentamento desta enigmática virose e
para a respeitada projeção internacional da nossa querida UFS.
Finalizo
citando o médico francês René Dumesnil: “A tarefa do médico não é somente a de
defender a vida contra a morte, mas reanimar os que esquecem o respeito e o
próprio sentido da vida. É preciso que ele se mantenha digno dessa tarefa cuja
nobreza e desinteresse o colocam acima dos outros homens”.
* Professor Titular da Universidade Federal de Sergipe e Membro das Academias Sergipanas de Medicina, de Letras e de Educação.
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