domingo, 29 de janeiro de 2023

COVID-19: QUAL O MELHOR TIPO DE VACINA?


  

 

Antônio Carlos Sobral Sousa*

 

 

Em novembro de 2019, um tipo de coronavírus oriundo de morcego passou a infectar humanos, na cidade de Wuhan, China. Decorridos dois meses, a cepa original do SARS-Cov-2, denominada Wuhan-1 ou cepa ancestral, foi isolada, sequenciada e disponibilizada para a comunidade científica.

Este fato possibilitou a confecção de vacinas e todas elas, inclusive as de mRNA (ácido ribonucleico mensageiro) foram projetadas para prevenir viroses causadas pela referida cepa ancestral. Todavia, o novo coronavírus não parou de evoluir e a cepa ancestral foi rapidamente substituída por uma série de variantes que aterrorizavam a população mediante devastadoras e sucessivas ondas.

Em novembro de 2021, uma nova variante chamada Ômicron, surgiu na África do Sul. Dotada de uma alarmante quantidade de mutações (mais de 30), sobretudo na proteína spike (principal alvo dos anticorpos neutralizantes), a referida cepa passou a apresentar maior capacidade de infecção do que as precedentes, devido a sua capacidade de driblar as defesas do organismo, induzidas pelas vacinas. Vale ressaltar, todavia, que a proteção dos imunizantes contra os casos graves da doença continuava preservada.

Devido a possibilidade de usar a tecnologia de mRNA, os laboratórios Pfizer-BioNTech e Moderna criaram as vacinas bivalentes para combater a nova ameaça, contendo mRNA direcionado para a cepa ancestral do SARS-Cov-2 e para a variante Ômicron BA.1, no mesmo produto.

As referidas companhias farmacêuticas passaram a produzir, também, vacinas monovalentes BA.1, que não contêm, portanto, elementos da cepa ancestral. No atual cenário da pandemia, com o aparecimento de novas subvariantes da Ômicron (BA.4, BA.5 e BA,2.75) que logo se tornam dominantes, qual a melhor estratégia para doses de reforço da vacinação?

Para responder a esta interessante indagação, foi publicado esta semana no New England Journal of Medicine (DOI: 10.1056/NEJMoa2213082), um artigo que visou a determinar a capacidade de geração de anticorpos neutralizantes, após a quarta dose de reforço da vacina da Pfizer-BioNTech, em indivíduos adultos, previamente imunizados com a vacina original (BNT162b2).

Os voluntários foram randomizados em três grupos, para receber o 2º reforço (4ª dose): a) vacina original (BNT162b2); b) monovalente BA.1 e c) bivalente BA.1. Os autores concluíram que a dose de reforço com as vacinas adaptadas BA.1, tanto a monovalente como a bivalente são tão seguras quanto a vacina original, com a vantagem de induzirem significativamente maior produção de anticorpos neutralizantes, contra a cepa ancestral e a Ômicron BA.1.

É importante observar, todavia, que não houve superioridade da vacina bivalente sobre a monovalente na produção dos referidos anticorpos e que a resposta neutralizante contra as subvariantes da Ômicron (BA.4, BA.5 e BA,2.75), ocorreu em menor escala de que contra a BA.1.

Portanto, a imunização contra a Covid-19 confere proteção substancial para os sistemas de saúde, social e econômico da comunidade, contra possíveis novas variantes do novo coronavírus e suas aterrorizantes ondas de devastação. Por outro lado, cabe às autoridades de saúde determinar a frequência e a população beneficiária das doses de reforço. Finalizo, citando o influente dramaturgo inglês, William Shakespeare: “A raiva é um veneno que bebemos esperando que os outros morram”.

 

 

* Professor Titular da Universidade Federal de Sergipe e membro das Academias Sergipanas de Medicina, Letras e Educação.

A MONJA E O FREI


  

 

José Lima Santana*

 

 

Subiram a colina. Ele ao volante. Lágrimas escorriam dos olhos dela. Não se sabia por quem ou porquê, eles foram apelidados de “monja” e “frei”. Algum colega de trabalho? Algum gaiato? Alguém sugeriu que fora um padre, amigo de ambos, que assim os apelidara.

Não importava. O fato era que ele se arvorava no direito de dizer que tinha dado um jeito na vida dela. Ao conhecê-la, no ambiente de trabalho, ela estava afundada na desilusão. A vida desandara. O mundo lhe parecia trevoso demais para que uma luz dela emanada vencesse tamanha escuridão.

Na tarde em que se conheceram de per si, ela estava sentada sob uma das mangueiras do vasto pátio da empresa onde trabalhavam. Até então, só se conheciam de vista. Nunca se aproximaram. Mas, no início daquela tarde, no intervalo do almoço, ele tomou a iniciativa de cumprimentá-la.

Ela pareceu assustada com o cumprimento. Tentou disfarçar ao enxugar as lágrimas. “Oi, tudo bem com você”? Ele perguntou, meio sem jeito. “Tudo bem. Um cisco caiu no meu olho”. Uma resposta evasiva, mentirosa. Ele, claro, percebeu. Afinal, estava muito à vista. Os olhos dela estavam avermelhados. “Eu sou A”. E ela: “Prazer, eu sou C”.

Foi assim que começou a amizade entre eles. Muitos até chegaram a pensar que eles eram namorados, uns poucos dias depois daquela tarde sob a mangueira. Não eram. Nunca foram. Ao menos, eles sempre negaram. Mas, a velha Rosinha, a do cafezinho, bradava: “Hum! Me enganem, que eu gosto”.

O tempo passou, a amizade continuou, cada vez mais forte, mais acalorada. Ela foi madrinha do casamento dele e ele apadrinhou o casamento dela. O dele, aos trancos e barrancos, muito mais pelos desatinos dele, continuou. Já o dela, fez água. Coisas da vida. Mais uma vez, ela teve de amargar o sal de suas próprias lágrimas. E mais uma vez, segundo ele, ela saiu do buraco por meio dele, do seu apoio e do seu indicativo de como trilhar os caminhos da vida, nem sempre retilíneos.

Profissionais por anos a fio na mesma empresa, mas em setores diferentes, a amizade fortaleceu-se a cada ano. E ele sempre se saía com a mesma ladainha: “Se não fosse por mim, ela já tinha afundado. Eu ajudei a moldar a vida dela, após cada problema vivido. Sou o seu terapeuta, psicólogo e psiquiatra”.

Sujeito pretencioso. Alguns amigos acreditavam nele. Outros, apenas riam. Inquerida por algumas fofoqueiras, ora ela silenciava, balançando negativamente a cabeça, ora negava que ele tivesse qualquer ascensão sobre ela. “Aquele ali não passa de um farofeiro”, dizia sorrindo.

O que importava mesmo era a solidez da amizade que os unia há anos. Nada abalava aquela amizade, nascida naquela outra tarde sob a mangueira carregada de mangas-espadas prestes a amadurecerem.

Naquela tarde da subida da colina, ela não parecia mesmo bem. Sofria, como mãe. O filho único estava enfermo, hospitalizado. E toda mãe tem o coração dilacerado com a enfermidade que acomete um filho. Choro de mãe pelo filho é como a flor que tem pétalas arrancadas pela maldade das pessoas.

Afinal, não faz sentido despetalar uma flor, por qualquer motivo. O coração de uma mãe jamais deveria sofrer pelos filhos. E pensar que Maria, a mãe do Nazareno, suportou as sete dores que transpassaram o seu coração, culminando com o ato de receber no colo o corpo dilacerado do filho.

“C” e “A” tinham acabado de sair do hospital. Os cuidados médicos estavam surtindo o efeito esperado. O filho dela sairia, mais uma vez, daquele quadro de enfermidade, que se repetia de vez em quando. Uma fragilidade biológica. Ela lutava com todas as forças para recompor a saúde do filho, a cada internação. Mantinha acesa a fé em Deus.

Enfim, subiram a colina. Chegaram ao local de trabalho. Era o início do ano. As mangas-espadas caíam, maduras. Os saguis se deliciavam. Os pássaros também. As lágrimas que caíam dos olhos dela eram lágrimas de alívio pela saúde recuperada do filho. Afinal, coração de mãe é sempre um eterno berço.

 

 

*Padre, advogado, professor do Departamento de Direito da Universidade Federal de Sergipe, doutor em Educação, doutor em Educação, membro da Academia Sergipana de Letras, da Academia Dorense de Letras, da Academia Sergipana de Letras Jurídicas, da Academia Sergipana de Educação e do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

UMA PÁ DE CAL NA INSEPULTA IVERMECTINA?


  

 

Antônio Carlos Sobral Sousa*

 

 

Apesar da comprovada efetividade das vacinas contra o vírus SARS-Cov-2 nas mais diversas faixas etárias, muitos continuam insistindo no uso da Ivermectina tanto para o tratamento, como para a prevenção da Covid-19. A referida droga é um anti-helmíntico semissintético que age, também, contra parasitas não intestinais como o piolho e a sarna.

Foi demonstrado por pesquisadores australianos (Antiviral Resrarch; DOI: 10.1016/j.antiviral.2020.104787), que a Ivermectina inibe a replicação do novo coronavírus in vitro, ou seja, em laboratório de experimentação, fora do organismo de um ser vivo.

Após esta constatação, a “milagrosa” droga ganhou uma legião de adeptos, particularmente na América Latina e vários estudos clínicos testaram o vermífugo para o tratamento da Covid-19 em humanos, a maioria com número pequeno de participantes e os resultados foram discordantes.

Vale ressaltar, ainda, que muitos destes estudos foram retirados de publicação, devido a preocupações com a credibilidade dos mesmos, conforme foi veiculado no periódico Nature (2021;596:173-4).

Todavia, algumas investigações conduzidas com o recomendável rigor científico também abordaram o tema. Dentre estas, merece destaque o TOGETHER Trial, publicado no icônico New England Journal of Medicine (10.1056/NEJMoa2115869) e que teve como investigador principal, o conceituado colega mineiro, Gilmar Reis.

Avaliando um número expressivo de voluntários portadores da virose, os autores concluíram que a Ivermectina não reduziu a admissão hospitalar por progressão da Covid-19. Mais recentemente, foi publicado o Estudo ACTIV-6, na também prestigiada revista médica JAMA (DOI: 10.1001/jama.2022.18590), que avaliou a eficácia da Ivermectina na recuperação de portadores de Covid-19 de grau leve a moderado. Mais uma vez o fármaco não logrou sucesso.

Na esteira desta interlocução, é importante mencionar que foi também publicada no Virology Journal (DOI: 10.1186/s12985-022-01829-8), uma revisão sistemática e metanálise (método estatístico para agregar os resultados de dois ou mais estudos independentes, sobre uma mesma questão de pesquisa) demonstrando a ineficácia da droga em reduzir desfechos clínicos significativos na Covid-19. 

A agência reguladora ligada ao departamento de saúde norte-americano, FDA (Food and Drug Administration) não autoriza nem aprova o uso da Ivermectina para o tratamento da Covid-19. As autoridades de saúde daquele país observaram que, durante a pandemia e nos recentes surtos da virose, as taxas de prescrições do vermífugo dispensadas em farmácias de varejo aumentaram significativamente, assim como o uso de produtos veterinários contendo a referida droga, não destinados ao consumo humano.

Os centros de controle de envenenamento dos EUA registraram, também, aumento nas ligações relatando uso indevido e overdose por Ivermectina, além de efeitos adversos, sobretudo: sintomas gastrointestinais (náusea, vômito e diarreia); hipotensão; alterações neurológicas (confusão mental, alucinações, convulsões e coma) e até morte.

Portanto, os médicos deveriam ser fortemente encorajados a educar os pacientes a usar medidas comprovadas de prevenção dessa Peste, especialmente vacinar e administrar doses de reforço assim que elegíveis.

Finalizo, citando o brilhante magistrado alagoano e confrade da Academia Sergipana de Letras, José Firmino de Oliveira: "Jamais atribua a outrem culpa pelas suas próprias fraquezas, sejam elas quais forem. Reconhecer-se culpado (a) pela prática de atos ou ações eventualmente condenáveis, sob a ótica moral ou de outras ordens quaisquer, na verdade, é uma grande demonstração de honradez e nobreza".

 

 

* Professor Titular da Universidade Federal de Sergipe e membro das Academias Sergipanas de Medicina, Letras e Educação.

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

DEFICIT COGNITIVO NA COVID LONGA


  

 

Antônio Carlos Sobral Sousa*

 

 

 

Alguns pacientes têm relatado ampla gama de sintomas que podem durar semanas, meses ou até mesmo anos, após a infecção aguda pelo SARS-Cov-2, que pode desaparecer e recrudescer, e tem sido denominada de “Síndrome da Covid Longa”. Um dos mais intrigantes sintomas que, como os demais, podem ser transitórios ou duradouros, é a síndrome da disfunção cognitiva.

Vale ressaltar que, mesmo aqueles que apresentaram as formas brandas da virose, têm relatado déficits de atenção, da função executiva (termo abrangente para a gestão dos processos cognitivos, incluindo memória de trabalho, raciocínio, flexibilidade de tarefas e resolução de problemas, bem como o planejamento e execução), da linguagem, da velocidade de processamento e da memória.

Estes sintomas têm sido coletivamente referidos como "brain fog" (confusão mental). A síndrome da disfunção cognitiva, juntamente com o aumento de ansiedade, depressão e distúrbios do sono e fadiga, contribuem, significativamente, para a morbidade da Covid Longa.

Curiosamente, esta síndrome se assemelha com as alterações cognitivas encontradas em usuários de quimioterapia para o tratamento do câncer, coloquialmente chamada de "chemo fog". Os portadores das duas síndromes apresentam neuro-inflamação e reatividade microglial da substância branca.

Todavia, na prática cotidiana, o diagnóstico diferencial de confusão mental relacionada com a Covid com outras patologias que cursam com sintomas semelhantes, não é fácil do ponto de vista individual, porque informações neurocognitivas de pacientes são raramente disponíveis.

Porém, do ponto de vista populacional, tem sido documentado declínio cognitivo pós-Covid. Geralmente os médicos relutam em aceitar uma condição clínica como doença orgânica, sem um conceito fisiopatológico definido, ou sem a existência de parâmetros de mensuração da doença em um determinado doente, como nos casos de confusão mental pós-Covid, conforme elegantemente discutido em editorial do New England J of Medicine (10.1056/NEJMcibr2210069).

Em publicação recente no periódico Cell (DOI:10.1101/2022.01.07.475453), os investigadores usaram um modelo animal (ratos) para testar investigar disfunção cognitiva em sobreviventes de infecção respiratória leve, causada pelo novo coronavírus. O estudo demonstrou que o SARS-Cov-2 pode promover alterações que desregulam as células neurológicas cruciais para a função cognitiva normal.

Apesar de as alterações neurológicas trazerem preocupação dado as similaridades com as que ocorrem em doenças degenerativas humanas, estudos translacionais, como o relatado acima, podem apontar caminhos para uma maior precisão diagnóstica e terapêutica. Finalizo, citando o físico britânico Stephen Hawking: "As grandes conquistas da humanidade foram obtidas conversando, e as grandes falhas pela falta de diálogo".

 

 

* Professor Titular da Universidade Federal de Sergipe e membro das Academias Sergipanas de Medicina, de Letras e de Educação.

domingo, 1 de janeiro de 2023

AINDA NÃO ACABOU..., MAS SERÁ QUE VAI ACABAR?


  

 

Antônio Carlos Sobral Sousa*

 

 

Estamos chegando ao final do terceiro ano de convívio com a pandemia da Covid-19. Essa Peste ceifou vidas preciosas de parentes e amigos, bagunçou a economia, deixou sequelas significativas no corpo e na mente de muitos, provocou divisão na população e cisão em amizades de infância, já que foi politizada e, dessa forma, delinearam-se dois grupamentos: o que menosprezava o vírus, a doença e as medidas protetoras, comprovadamente eficazes em viroses, como o uso de máscaras, o distanciamento físico e a higienização das mãos, defendia o esdrúxulo "tratamento precoce" da virose, baseado em  drogas como a Cloroquina, a Ivermectina, a Azitromicina, dentre outros cuja eficácia nunca foi cientificamente comprovada.

As vacinas também foram e continuam a ser atacadas por esta facção que tem eivado as redes sociais de Fake News, baseadas em relatos de pseudo cientistas. Por outro lado, o outro grupo procurou acreditar e seguir as orientações dos especialistas, embasadas nas evidências das pesquisas científicas, cuja qualidade era analisada mediante a clarividência da Ciência.

Ou seja, enquanto uns procuravam seguir as condutas pautadas em publicações feitas em periódicos da qualidade do New England Journal of Medicine, outros se iludiam com as postagens realizadas no "WhatsApp Jornal de Medicina", muitas das quais, sem nenhuma consistência. E assim está acabando 2022...

O que esperar para 2023? Fim da famigerada pandemia? Provavelmente, não! A desigualdade no acesso às vacinas; a hesitação vacinal influenciada por ações de negacionistas, que usam todos os recursos disponíveis para enaltecer efeitos indesejáveis dos imunizantes; o surgimento de variantes que, eventualmente, escapam dos anticorpos induzidos pelas vacinas e, o evidente relaxamento das medidas sabidamente protetoras, seguramente contribuirão para a continuidade da virose, que, eventualmente, pode migrar de pandemia, para endemia.

Recentemente, Dr. Anthony Stephen Fauci, imunologista estadunidense, pesquisador e chefe do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) dos Estados Unidos, publicou uma interessante reflexão no New England J of Medicine (DOI: 10.1056/NEJMp2213814), sobre a sua vida acadêmica e os desafios vividos em sua gestão à frente da prestigiada instituição, acima referida.

Segundo Dr. Fauci, ele testemunhou o surgimento ou reaparecimento de uma série de doenças infecciosas, com graus variáveis de impactos regional ou global. Entre elas, o autor destaca: os primeiros casos relatados em humanos de Influenza H5N1 e H7N9; a primeira pandemia do século 21, em 2009, causada pela Influenza H1N1; os primeiros surtos de Ebola na África e de Zika nas Américas; a epidemia de síndrome respiratória aguda severa (SARS), protagonizada pelo novo coronavírus, em 2003; a epidemia de síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS), em 2012, causada por outro emergente coronavírus e, mais recentemente, a pandemia da Covid-19 que escancarou a nossa vulnerabilidade a surtos de doenças infecciosas.

Por outro lado, a ciência teve participação decisiva, conforme afirmação do especialista de que "o desenvolvimento rápido de plataformas de vacinas altamente adaptáveis, como as de RNA mensageiro (mRNA) dentre outras, fruto de anos de investimento em pesquisa básica e aplicada, resultou na produção com velocidade sem precedentes, de imunizantes seguros e altamente efetivos contra o SARS-Cov-2, que salvaram milhões de vidas".

É provável que teremos que conviver com a inconveniente virose por algum tempo, como também é provável o surgimento de outras em decorrência da progressiva e desordenada expansão da sociedade, perturbando a interface homem-animal, criando oportunidade para o aparecimento de agentes infecciosos que, eventualmente, podem se adaptar e difundir entre humanos. Portanto, finalizo parafraseando o icônico premier britânico Winston Churchill: não sei se estamos no fim do começo, no meio ou no começo do fim dessa Peste.

 

* Professor Titular da Universidade Federal de Sergipe e membro das Academias Sergipanas de Medicina, Letras e Educação.

BOTARAM SAL NO DOCE DO GOVERNADOR

PÓ DE SOVACO DE MORCEGO

      José Lima Santana*     Zé Calango esbravejou diante do prefeito: “O que é que você pensa, seu cabeça de vento? Que o povo é ...